Martijn Comes (1979, Roermond) é um compositor e artista sonoro sediado em Amesterdão, cujo trabalho se move fluidamente entre os novos media, a composição eletroacústica e o design de som contemporâneo. A sua prática gira em torno de uma exploração contínua das relações entre mente e matéria, ideia e forma, cultura e som – uma investigação que toma forma através de uma atenção meticulosa ao timbre, à textura e ao entrelaçamento dos mundos acústico e eletrónico.
Comes estudou Comunicação Digital, graduando-se em 2004 com uma tese sobre performance ao vivo em palco aumentada por meios digitais, antes de concluir os seus estudos em Composição para Cinema no Conservatório de Amesterdão em 2010. No início dos anos 2000, co-fundou o coletivo artístico Headroom, ativo na Holanda, nos Estados Unidos e no Japão, apresentando trabalhos eletroacústicos contemporâneos em contextos urbanos e sensíveis ao local.
A sua produção artística abrange trabalhos a solo, colaborações e encomendas específicas para determinados locais. Trabalhou com uma vasta rede de artistas experimentais e contemporâneos, incluindo Frans de Waard, Hessel Veldman, Giulio Aldinucci e Nicoleta Chatzopoulou. Uma parte significativa do seu trabalho recente centra-se no carrilhão, para o qual compôs várias peças aclamadas. A sua obra para carrilhão 'EANN' estreou-se na Igreja de São Bavo, em Haarlem, e abriu a edição de 2017 do Le Guess Who?, em Utrecht. Outras encomendas incluem 'MOTHER' para a Igreja Dom de Utrecht (Festival Gaudeamus) e 'Radiance, Tim' – uma obra para carrilhão, fita e eletrónica – encomendada pelo Festival Rewire.
A música de Comes tem sido transmitida internacionalmente, com presença em estações de rádio na Espanha, Polónia, Noruega, Irlanda e outros países. As suas colaborações interdisciplinares estendem-se também ao cinema. Martijn Comes trabalhou com o cineasta Thomas Mohr em 'Resonance e Learning Curve', com curadoria da LIMA Media Art Platform, com 'Resonance' selecionado para o “Best of” Ars Electronica em 2010. Mais recentemente, o artista colaborou com Fernando José Pereira no filme 'Behind the Skyline, de 2025.
Ao longo dos seus diversos projetos, Comes continua a moldar ambientes sonoros imersivos que unem as tradições clássica, eletrónica e experimental. O seu trabalho para carrilhão, em particular, explora a arquitetura, o espaço, o tempo e o ritual – reimaginando instrumentos históricos e locais patrimoniais através de uma lente contemporânea e contemplativa.