Até 12 de abril de 2024, o Kunstraum Botschaft, em Berlim, acolhe Free Roam. Com curadoria de Bárbara Borges de Campos e Guilherme Vilhena Martins, esta exposição é um exercício de afinidade entre as obras de Luzia Cruz e André Santos Martins, dois artistas portugueses residentes na capital alemã.

São quatro as obras que constituem a exposição: duas instalações de Luzia Cruz, Feeding Porcelain for a More Sonic Archaeology (2023) e Glitter Wait (2024); e dois trabalhos em vídeo de André Santos Martins, second (2021) e staircases (2022 – presente). Do diálogo entre estas obras, emergem as complexidades do digital e as suas promessas não cumpridas. As teorias especulativas de uma sociedade digital utópica dão lugar a considerações existenciais de teor trans-humanista.

Aquilo que Free Roam propõe é, acima de tudo, uma reflexão sobre a diluição das fronteiras entre o espaço público e privado, o virtual e o material. Impele pensar o digital aquando do seu impacto nos quadros de intimidade e na forma como relacionamos. Afinal, estará a contemporaneidade marcada pela privatização do espaço público e pela simultânea abertura da esfera íntima? Até ao fim da exposição, são estas as questões que ecoam no espaço cultural do Instituto Camões em Berlim.