article
maat Mode: um novo museu
DATA
20 Abr 2020
PARTILHAR
AUTOR
Umbigo
Depois de meses encerrado ao público por motivos diversos, o novo edifício do maat é agora reprogramado segundo a visão museológica e museográfica da nova diretora, Beatrice Leanza. São mudanças que anunciam não só uma nova perspetiva arquitetónica dos vários espaços expositivos, como também um…

Depois de meses encerrado ao público por motivos diversos, o novo edifício do maat é agora reprogramado segundo a visão museológica e museográfica da nova diretora, Beatrice Leanza. São mudanças que anunciam não só uma nova perspetiva arquitetónica dos vários espaços expositivos, como também um entendimento do que deve ser o programa de um museu de arte contemporânea, dentro dos parâmetros da chamada Nova Museologia.

Nesta perspetiva, um novo corredor de acesso ao museu foi projetado pelo atelier nova-iorquino SO-IL, com a configuração de um lugar de debate, encontros e aprendizagem informal, no que anteriormente se designava por Sala Oval. Construída pela Artworks, Beeline será esta a grande instalação que irá ocupar o novo edifício nos próximos cinco meses e traz para discussão o papel da arquitetura na flexibilização do espaço e das próprias hierarquias que gera. Na Galeria Principal também a arquitetura foi modificada, para que este espaço voltasse à geometria inicial de planta livre e circulação fluida, respeitando o traçado curvilíneo do atelier Amanda Levete Architects.

Estas intervenções denotam, de resto, uma reestruturação da posição do museu na sociedade e nas grandes questões políticas da época. Segundo Leanza, o museu deverá refletir uma mudança programática em torno da experimentação e da participação, o maat Mode, que deverá, simultaneamente, “prototipar o museu do futuro”. Ao mesmo tempo, e segundo a diretora, “as instituições culturais devem ser plataformas catalisadoras para tornar o discurso acionável e dar poder às audiências […], através da articulação do debate, da partilha de posições e da formulação de conhecimento.”

Paralelamente foi concebida uma nova imagem institucional pelo atelier de design Barbara Says…, e será expectável uma maior presença do digital na promoção, divulgação e criação de conteúdos nativos, com o desenvolvimento do maat Mode Digital. Todas as semanas, com capítulos temáticos, várias matérias serão disponibilizadas, ao que se junta, também, uma articulação com o programa editorial maat Extended, que procura expandir muitas das discussões levantadas pelos diversos agentes do museu, mediante a publicação de podcasts, vídeos, textos, cinema online, etc.

Se Pedro Gadanho procurou assinalar o maat no mapa global das artes, reunindo uma série de artistas contemporâneos consensuais no panorama artístico internacional, Beatriz Leanza procura, agora, a proximidade local e o contacto com o público, ele que é, por defeito, o gérmen da mudança e da transformação política, social e cultural.

De momento foram apenas lançadas as grandes linhas orientadoras deste novo projeto, pelo que informações adicionais acerca de eventos e exposições serão devidamente publicadas uma vez anunciadas.

PUBLICIDADE
Anterior
article
5 Sugestões Culturais — Helena Mendes Pereira
20 Abr 2020
5 Sugestões Culturais — Helena Mendes Pereira
Por Umbigo
Próximo
article
5 Sugestões Culturais — Duarte Sequeira
20 Abr 2020
5 Sugestões Culturais — Duarte Sequeira
Por Umbigo