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Uma nova bienal para a Europa: arranca a 1.ª edição da maltabiennale.art
DATA
21 Mar 2024
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AUTOR
Umbigo
Em Malta, um nova bienal soma-se ao ecossistema artístico europeu. A partir das particularidades do território e da identidade maltesas, a edição inaugural da maltabiennale.art reflete sobre a condição mediterrânea e os desafios passados e presentes da região.

Em Malta, um nova bienal soma-se ao ecossistema artístico europeu. A partir das particularidades do território e da identidade maltesas, a edição inaugural da maltabiennale.art reflete sobre a condição mediterrânea e os desafios passados e presentes da região. Ponto histórico de cruzamentos culturais, a partir dos quais se podem traçar diferentes histórias de conflitos, empreendimentos coloniais e estratégias de luta política, as ilhas de Malta transformam-se em palco para a criação de novas narrativas locais e globais, entre 13 de março e 31 de maio de 2024.

Sob o chapéu temático white sea olive groves, uma referência à qualidade agrícola e insular do país, a bienal organiza-se em torno de quarto núcleos curatoriais: Can You Sea?: The Mediterranean as a political body, que propõe pensar o espaço marítimo como lugar de continuidades e descontinuidades socio-político-económicas; Decolonising Malta: Polyphony Is Us, um mergulho no processo de descolonização em curso no país, posicionando Malta como um caso único, que oferece uma perspetiva vital para o discurso decolonial, de forma abrangente; The Counterpower of Piracy, um olhar sobre a história da pirataria no território, em paralelo com um conjunto de práticas contemporâneas de resistência e ativismo;  e, por fim,The Matri-archive of the Mediterranean, que projeta um novo arquivo dedicado ao pensamento e à criação feminina, vetor para a conceção de novos modelos temporais e de transmissão de memória.

Com curadoria da italiana Sofia Baldi Pighi, a bienal reúne 80 artistas de 23 nacionalidades – dentre os quais participam nomes já estabelecidos, como Cecilia Vicuña, Tania Bruguera, Laure Prouvost ou Pedro Reyes, assim como os portugueses-angolanos Mónica de Miranda e Edson Chagas – e 11 pavilhões nacionais, em representação da Áustria, China, Alemanha Francesa, Itália, Malta, Palestina, Polónia, Sérvia, Espanha, Turquia e Ucrânia. Para além das mostras, tem lugar um programa vibrante de conversas com artistas, workshops, espetáculos, projeções de filmes e outras ativações públicas.

Num esforço de aliar as artes contemporâneas a espaços patrimoniais, valorizando e atualizando o legado material e imaterial de Malta, a maltabiennale.art espalha-se pela capital Valletta (Auberge d’Aragon, Main Guard, Biblioteca Nacional, St. Elmo, Underground Valletta, MUŻA, Grand Master’s Palace, Igreja de Tal-Pilar, Museu Nacional de Arqueologia), mas também por Cottonera (Doca 1, Forte St. Angelo, The Armoury, Villa Portelli, Palácio do Inquisidor) e Gozo (Centro Cultural de Gozo, Grain Silos e Parque Arqueológico Ġgantija). Neste momento de frescor artístico para o país, segue-se, em outubro, a abertura do primeiro museu do país dedicado à exposição de arte contemporânea, o Malta International Contemporary Art Space (MICAS).

A maltabiennale.art é uma iniciativa do Heritage Malta através do museu MUŻA, em parceria com o Conselho de Artes de Malta. A bienal é apresentada também em cooperação com os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e Europeus e do Comércio, do Património Nacional, das Artes e do Governo Local, e de Gozo, bem como com o Visit Malta, as Bibliotecas de Malta, o MCAST, os Festivais de Malta, a Agência Cultural de Valletta e o Spazju Kreattiv. A programação completa pode ser consultada no website da instituição.

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