A linguagem das pedras e a forma das pedras é a linguagem do tempo, é a forma do tempo. Célula da paisagem, elemento compósito das rochas, a pedra é também testemunho de um lavor, de um uso, de uma comunidade, de um assentamento. É a pedra polida e a pedra rugosa; é a pedra lisa e a pedra listrada. Registos de culturas, de abandono aos elementos, registos de passagens sob os nossos pés, é sobre as pedras que o homem e a natureza escrevem os seus grandes feitos. Até certo ponto, a história/estória da pedra será sempre uma parte da história/estória da arte e vice-versa.

Com a curadoria de Marta Jecu, A Cultural Interpretation of Stone Part II é uma exposição que explora através do documento, da literatura, da fotografia, do desenho, da escultura e da pintura a plasticidade e o peso que esta matéria teve e tem na História universal. Os artistas – Marta Alvim, Patricia Morosan, Stéphane Raynal, Louis Cyprien Rials, Jorge Santos, Ludovic Sauvage, Pedro Sequeira, Vincent Voillat e Gilles Zark – revelam as dimensões poéticas, pictóricas e físicas da pedra. Segundo a curadora, “Este projeto é o resultado de um duplo fascínio: por um lado a persistência deste material na arte e pelo seu enorme papel na história da arte; e por outro, o caráter transformável e híbrido desta matéria – tanto no presente como no passado. Como o mais antigo suporte de informação da humanidade e como matéria artística primordial, a pedra oferece-se a diversas aproximações interdisciplinares”.

Entre o ensaio e a imagem, A Cultural Interpretation of Stone Part II está patente na Livraria Sá da Costa, Galeria – Espaço Camões, até 29 de fevereiro.